quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Capítulo #3: A goleira


   Da última vez em que eu tentei 'tentar', o final não foi lá um típico 'happy ending''. Não foi porque paciência não é algo inerente do meu namorado, e por diversas vezes, vejo nos olhos dele, uma imagem nada agradável: a insatisfação copiosa.
  Dos mais cognicíveis trejeitos masculinos, a apatia depois de uma relação sexual frustrada é a mais costumeiramente detectável. O olhar morto, o pênis murcho 2segundos após o seu baluarte exibir virilidade e rigidez. O homem é impaciente por natureza, posto que a sua própria natureza é uma eterna mutante. De todas as demonstrações de sentimento, o sexo é sem dúvidas, a mais utilizada por um cara quando ele se encontra apaixonado por alguém, e privá-lo disso é como permitir que uma menina de 10 anos, frágil e delicada, seja goleira de um time de Futsal. Ou seja, é tirá-lo do seu cenário habitual.
  Venho sendo acorrentada nessas tentativas frustradas há mais ou menos 4 meses, e todas as 245.658.786 vezes em que tentei enfim, consumar o sexo, dei com os burros n'água. A culpa, definitivamente, não é do meu namorado. Não é dele nem de longe posto que eu já padecia disso antes mesmo de conhecê-lo, e anteriores a ele, foram as tentativas, todas elas, inacabadas e frustradas. Meus vinte anos de juventude inconsequente não existem mais e às vezes me pergunto por quê não tentei isso antes, já que agora, não consigo mais. Todas as vezes em que o pênis de meu namorado se aproxima de mim, sinto que meu corpo se projeta para longe, tornando assim, impossível o intercurso. Há tanta vontade de conseguir, de enfim dar a ele um certo prazer com a penetração e quem sabe, sentir também alguma vida existente nessa maldita vagina travada e concretada no medo.
   Fico tentando dar um 'gás' na relação, com outras coisas, mas vejo que sexo faz falta, até mesmo pra mim, que nunca o tive de fato. Com isso, não quero criar a imagem de uma moça virgem e recatada. Não! Longe de mim! Sempre tive desejo, apetite, vontade e me masturbei muito a vida inteira, só não consigo mesmo é deixar que um pênis adentre nessa b****a teimosa e retraída. Faço surpresas, armo momentos para tentar mostrá-lo como é feita a minha matéria de amor, mas sempre falta alguma coisa. Fico pensando o que ele, na cama, sozinho, sonha e projeta. Me tortura a imagem dele, ansiando e desejando outra pessoa, por culpa e imperícia minha. Não vou fechar meus olhos para essa iminente realidade
   E isso explica um pouco das minhas angústias recentes. Não tenho com quem conversar, posto que minha mãe nem sonha com sexo e a amiga que restou, é virgem e tapada. Meu namorado deve estar cansado de tanto ouvir meus últimos lamúrios e quanto a isso, acho que já passou da hora de calar a boca. No mais, só me resta a esperança de poder iniciar um tratamento, seja sozinha, seja acompanhada, e enfim conseguir permitir que alguma coisa, que não seja desejo, adentre a minha vagina.

5 comentários:

Anônimo disse...

Quanta inspiração!!
É, entendo esse seu sentimento PERFEITAMENTE. Passei e ainda passo por essas "etapas" do vaginismo e hoje observo que a etapa menos sofrida, foi logo após que procurei ajuda especializada(sexologia).Pude entender melhor essa patologia e ver que o problema não é só meu E TEM CURA. Logo no início das tentativas, quanto sofrimento para uma mulher só. Aquela vontade de poder ter uma relação sexual com todas as suas fases, porém a finalização nunca chegava pela via que eu desejava e meu namorava tanto ansiava. Nesse meio tempo, fui criando meios p que nem eu, nem ele ficasse a ver navios sempre.O problema é que chega uma hora que falta algo a mais, não que eu ache e acredite que a penetração é essencial p uma relação...mas que em algum momento ela precisa fazer parte, ahhh isso tem! O meu namorado sempre foi muito paciente e eu me cobrava e cobro isso muito. Logo eu? que sempre fui tão descolada na minha vida pessoal... tive tanta liberdade com meus pais p poder sair, viajar,dormir na casa de amigos, badalar, embora minha mãe sempre deixasse claro que: " mulher que tem relação sexual antes de casar não se valoriza ...".Eu achava que nunca tinha dado importância a todas esses dizeres dela, mas será que também não contribuiu?Acredito que foram vários aspectos que me levaram a ter vaginismo e não apenas minha mãe. E nessa foi passando o tempo, muitas vezes chorando após as tentativas, outras vezes " satisfeita" com as outras vias, mas sempre faltando um pedaço.Que inveja das minhas amigas, altas histórias e comemorações intimas.Pra quê eu fazer tanta festa p na hora de comer o bolo não ter nenhuma fatia p degustar??????? Hoje não fico mais insegura, graças a Deus! afff ruim demais e ser assim não combina comigo. Mas aquela insegurança, poxa! pensava eu...e se um dia meu namorado cansar disso tudo e querer voltar a ter sua vida sexualmente ativa??? Quanto tormento!! e o pior, tinha que conviver com isso sozinha.Minhas amigas achavam que eu que não aguentava a dor..." menina mole, diziam ela".No iniciozinho do namoro ele fazia um pouco de pressão e eu sem saber pq eu não conseguia ser penetrada, depois eu já estava cheia de tanta coisa na minha cabeça e resolvi chutar o pau da barraca e disse que se fosse p ficar naquela agonia eu não precisaria não.Que até entendia ele, mas será que ele não via que eu tb queria e não conseguia? Então, cheguei a conclusão do vaginismo e fui trabalhar isso na minha cabeça e na dele. Hoje em terapia, tanto eu como ele entendendo melhor o que tenho, ou melhor temos, ele tb tem sua parcela nisso convivo menos angustiada.Pensava muitas vezes, quando eu começar a fazer, vou ter que tirar os atrasados, pq com 27 anos assim...tá f... viu!!! Mas...se tenho vaginismo, o que posso fazer???se já tenho??? agora é correr atrás p me livrar logo disso, pq vivi nessa sem tto por 03 anos. Acho que meu namorado vai até se emocionar quando penetrar alguém de novo, bichinho!!!kkkkkkkkkk ossos do ofício de me namorar, sorte minha pq tenho ele. Imagine se namorasse um vaginocéfalo???? Já tinha me largado há tempo e talvez até já tivesse procurado a terapia antes, quem sabe??? Mas estou feliz com ele e só tenho agradecer a força que ele me dá. Boa sorte na sua 1ª consulta, sentirás melhor.Com o tempo vai criando-se a idéia de uma vagina ABERTA, ELÁSTICA, pronta para receber um pênis e esses medos que nos bloqueia vão dando espaço a confiança.
Beijos,
ACREDITE!!

BELLE*

Karin Clemente disse...

Oi! Não sei seu nome, mas saiba: você não está sozinha. E o seu post diz exatamente (é exatamente meeesmo) o que tenho passados nos últimos 10 anos.
Quer me adicionar ou me mandar um email para conversarmos? Penso que dividir nossas angústias com alguém que sabe exatamente o que sentimos pode nos ajudar a, pelo menos, desabafar um pouco.
Um bjo,
Karin
karinclemente@gmail.com

Anônimo disse...

olá amigas tb sofro de vaginismo.
Comecei o tratamento e acredito sim que a mudança no pensamento é muito importante.Sei que é difícil mas parar de pensar que sua vagina é trancada..Temos que pensar que ela é elástica e a dor realmente não existe, se existir um incomodo é totalmente suportável, aquela agulha do exame de sangue é bem pior acredite,
Comecei introduzindo o cotonete e imaginei que iria doer, sangrar etc.. quando percebi que não senti naada.. absolutamente nada fiquei tão radiante q parecia que tinha feito uma grande descoberta.. kk daí pra frente foi somente ir aumentando o grau de 'dificuldade' ..kkk
Ainda tenho muito caminho a percorrer mas tenho fé que irei conseguir..
Bjos e muita força..

Anônimo disse...

Olá, saudade do blog... nunca mais nenhum post. Ria tanto me vendo nas histórias, volta!rs
Belle*

Anônimo disse...

eu tbm fiz o do cotonete e me senti sei quase explodi de emoçao...e colocando dois dedos entao....mas tres doeu um pouquinho..mas gente nao vamos desanimaar...quem ja colocou o dedo sabe : A VAGINA VAI TIPO SUGANDO o dedo é muito engraçado..acho que de pouco em pouco vamos conseguir..bjs a todos Lidiane Silva