segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

"Meu amor, essa é a última oração..."


   Hola 'puevo'! Fazia tempo que não escrevia aqui, mas de fato, vocês irão me perdoar depois que eu vos confidenciar toda a odisséia pela qual passei.
  Começo afirmando: eu mudei! Não de time, da condição de vagínica ou a cor do cabelo. Simplesmente os últimos meses foram de pura mudança! O namoro terminou, e levou consigo tudo o que eu tinha de pior. Longe de mim, afirmar que o coitado foi culpado ou que ele vacilou comigo, mas sim, a coisa não dava mais. De todos os erros que cometi ao longo dos meus vinte e quatro anos, mais da metade deles foram com meu ex. Sufoquei, coibi, proibi, avisei, ameacei, matei, roubei, prostitui o amor. É, coração não é tão simples quanto pensa...
  E quanto a isso não há dúvidas do quanto errei. Acredito que toda a minha condição de vagínica é maior do que eu penso, e se refere a um processo de depressão tremenda, a qual me impossibilita de ser o que eu realmente sou: uma pessoa livre.
  Ainda o amo tremendamente, principalmente agora, no fim, quando descobri o que era o amor. Aprendi que quanto mais se apressa em resolver uma coisa, mais a resolução foge de nossa alçada. Das vezes onde sufoquei, procurei um pedaço do meu passado que não estava nele, e perdi ao invés de encontrar, eu afoguei o que de melhor ele tinha. Afoguei minha vontade de surpreendê-lo num jantar ou numa noite de sexo, porque passava as horas pensando com quem ele conversava no msn. Fechei os olhos dele para mim.
  Continuo "virgem", e agora, acredito que passarei mais uns "séculos" assim. Sou do tipo que acredita que sexo só se faz com quem se ama, e a considerar todo o estrago que fiz, não creio numa reconciliação, embora anseie isso mais do que o ar. No mais, estou de volta, pra relatar tudo o que tá dentro de mim e que preciso expurgar!

E quando eu me perdi...

...foi quando eu te encontrei! Eu sou livre para amar e é disso que o amor é feito: liberdade!Liberdade para saber enxergar que não é estar perto, o significado de 'querer bem'!É querer bem, para que em cada despedida, o amor cresça, à espera do próximo encontro, fortuito ou não! Quem sabe? Será a espera dele...
É não esperar nada em troca! É saber que ele é gratuito e livre de cobranças! Que o amor não se guarda no coração nem no peito, mas em qualquer lugar que ele possa ir, e voltar, trazendo junto os selos dos lugares por onde passou!
É se render, se doar e se rasgar de dor! É saber que não será pra sempre um caminho de terra fertil, mas de asfalto também! E mesmo de lá, poderá brotar vida...É se render por onde não há vergonha, é se doar por saber que o amor 'se basta em si' e é principalmente dor! Simplesmente por ser amor...
É o dia do casamento! É acordar junto! É roncar e amar, é amar e fazer amor! É perdoar,pois só sabe o que é amor, quem um dia ja perdoou! E nem sempre é de graça! Não é uma receita pronta, não é um óbvio...nem algo dado como certo: é improvavel! É impossivel as vezes, e é incerto...
Do contrário, tudo seria o paraíso e nao, amor!
Mas o amor, não é o paraíso? Não, não é...

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Capítulo #3: A goleira


   Da última vez em que eu tentei 'tentar', o final não foi lá um típico 'happy ending''. Não foi porque paciência não é algo inerente do meu namorado, e por diversas vezes, vejo nos olhos dele, uma imagem nada agradável: a insatisfação copiosa.
  Dos mais cognicíveis trejeitos masculinos, a apatia depois de uma relação sexual frustrada é a mais costumeiramente detectável. O olhar morto, o pênis murcho 2segundos após o seu baluarte exibir virilidade e rigidez. O homem é impaciente por natureza, posto que a sua própria natureza é uma eterna mutante. De todas as demonstrações de sentimento, o sexo é sem dúvidas, a mais utilizada por um cara quando ele se encontra apaixonado por alguém, e privá-lo disso é como permitir que uma menina de 10 anos, frágil e delicada, seja goleira de um time de Futsal. Ou seja, é tirá-lo do seu cenário habitual.
  Venho sendo acorrentada nessas tentativas frustradas há mais ou menos 4 meses, e todas as 245.658.786 vezes em que tentei enfim, consumar o sexo, dei com os burros n'água. A culpa, definitivamente, não é do meu namorado. Não é dele nem de longe posto que eu já padecia disso antes mesmo de conhecê-lo, e anteriores a ele, foram as tentativas, todas elas, inacabadas e frustradas. Meus vinte anos de juventude inconsequente não existem mais e às vezes me pergunto por quê não tentei isso antes, já que agora, não consigo mais. Todas as vezes em que o pênis de meu namorado se aproxima de mim, sinto que meu corpo se projeta para longe, tornando assim, impossível o intercurso. Há tanta vontade de conseguir, de enfim dar a ele um certo prazer com a penetração e quem sabe, sentir também alguma vida existente nessa maldita vagina travada e concretada no medo.
   Fico tentando dar um 'gás' na relação, com outras coisas, mas vejo que sexo faz falta, até mesmo pra mim, que nunca o tive de fato. Com isso, não quero criar a imagem de uma moça virgem e recatada. Não! Longe de mim! Sempre tive desejo, apetite, vontade e me masturbei muito a vida inteira, só não consigo mesmo é deixar que um pênis adentre nessa b****a teimosa e retraída. Faço surpresas, armo momentos para tentar mostrá-lo como é feita a minha matéria de amor, mas sempre falta alguma coisa. Fico pensando o que ele, na cama, sozinho, sonha e projeta. Me tortura a imagem dele, ansiando e desejando outra pessoa, por culpa e imperícia minha. Não vou fechar meus olhos para essa iminente realidade
   E isso explica um pouco das minhas angústias recentes. Não tenho com quem conversar, posto que minha mãe nem sonha com sexo e a amiga que restou, é virgem e tapada. Meu namorado deve estar cansado de tanto ouvir meus últimos lamúrios e quanto a isso, acho que já passou da hora de calar a boca. No mais, só me resta a esperança de poder iniciar um tratamento, seja sozinha, seja acompanhada, e enfim conseguir permitir que alguma coisa, que não seja desejo, adentre a minha vagina.

#Considerações desimportantes


     Como se já não bastasse o fato de não conseguir me abrir, ele resolve se fechar.
     Como se não fosse suficiente a apática condição estética, ele se projeta a contemplar quem não é o seu bem.
     Difícil é ver a realidade dos seus olhos. Difícil não conseguir mudar uma insanidade.
     Impossível é a arte de tentar conseguir fazer sexo com tantos bloqueios ao redor. Como se já não bastasse a falta de qualquer estima por mim mesma, encontro uma pré-disposição em me render aos problemas que começaram sem que eu os invocasse, ou provocasse.
    Não sei ao certo quando foi que começou a poda de minha mãe, os traumas com meu pai e suas mil namoradas e todos os garotos errados, os quais tive o desprazer de conhecer. Não sei onde aloco tanto sentimento negativo, que resultam sempre numa constante sensação de perda.
   Perda da realidade, da vida, do tempo e das coisas as quais eu posso ter, e não estou tendo. Não consigo acreditar que um músculo não se mova por conta de devaneios passados que na ocasião, me privaram de discernir. Sócrates enquanto pensador, dizia a Glauco que o saber nada mais era do que a guia que nos direciona para luz, posto que o olhar nos é inerente. E por que, sabendo o motivo de tudo isso, não consigo evoluir?  Por que é dura e seca essa matéria saltitante dentro de mim, que me afoga e afoga cada vez mais nesse mar de ostracismo, de sentimentalidade negativa?
  

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Capítulo dois - Como acabar com a auto-estima em 3 passos!


     De todos os dias da semana, o sábado sempre foi o meu predileto. Não pela programação da TV ou pelo descanso depois de cinco longos dias de faculdade ou trabalho.
     Amo o sábado porque é o dia da semana onde não preciso vestir nenhuma roupa.
     Sim! Posso ficar em casa, com aquela blusa da eleição do Lula de 94 contra o demagogo do FHC, sem a menor preocupação de não estar parecendo um butijão de gás. Não preciso passar prancha no cabelo, nem esconder no rosto, as marcas de uma cidade quente, castigada pelo sol. Não preciso me equilibrar em cima de nenhum dos meus 42 pares de andaimes sapatos - sim, eu sei que sou uma fútil.
     Não preciso lidar com o fato de que estou em cima do peso, pois minha mãe não liga se estou parecendo a mistura de Susan Boyle com Adele. Meus cachorros, aqui chamados de Ozzy e Sharon, também não se importam de dividir o teto com uma jubarte frustrada: em casa, estou livre!
   Na rua, não consigo lidar com nenhum olhar em direção a mim. Morro de medo de ser usado como referência, padrão ou qualquer coisa desse tipo...

   "Onde fica a farmácia?"
    Não me acostumo com o fato de estar balofa! Mudar isso não é lá muito dificil mas a considerar que todos os traumas e nóias moram em mim ou passam uma estada quando estão de férias, acredito que emagrecer não seja a coisa mais periciosa a executar.
   Quando estou com meu namorado - que diga-se de passagem, é um gatinho!- me sinto a mais feliz das garotas - mesmo portadora da SPMR, síndrome pós mãe religiosa -. Ele não liga muito para o fato de eu estar parecendo a Oprah, e também me ajuda a lidar com meus problemas mais intrínsecos, como o vag. O que é mais complicado, creio eu, e que potencializa todo o processo de 'não-cura' do vaginismo, é o fato de não me aceitar nem resolver a situação. Resumindo, estou gorda, sei que estou e que é um problema completamente "resolvível", a considerar que tenho pouca idade cof cof e pré-disposição ao emagrecimento, algo como genético!
   Dai, você pode estar se perguntando: como o fato dela estar usando 46  - tá bom, 48-  dificulta a 'cura' do vag?
  É simples: todo o processo de cura resume-se ao fator "reconhecimento". A garota precisa, acima de tudo, reconhecer qual o motivo do bloqueio, o que a impede de conseguir ir em frente no ato sexual. Quando localizamos o problema, com certeza, a solução surge de maneira mais simples, como quando identificamos o X das equações de ensino médio.
  Admitir que temos um problema é acima de tudo, reconhecer que estamos impotentes mediante alguma situação. Com o vaginismo, não é diferente, mesmo sendo um problema considerado 'bobo' pela maioria das pessoas que desconhecem de fato. A causa para o vaginismo, em alguns casos, tipo o meu, é a mesma dos casos onde pessoas desencadearam vícios, problemas mentais e depressivos. Cada um tende a externar de uma forma.
  Sendo assim, preciso primeiramente, antes de continuar a saga em busca da minha primeira penetração, resolver esse probleminha comigo mesma. Estar acima do peso tem que ser, 'acima de tudo', uma questão de saúde, e não meramente estética. Saber que tenho que perder peso para não ter complicações cardíacas é mais importante do que não conseguir me imaginar usando a cinta liga da Gisele Budchen, ou quem sabe, da Adele, nos tempos onde ela não era soprano...
  

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Capítulo um - Era uma vez, um hímen...

  
  Eu nunca fui do tipo que me assustava quando o assunto era "sexo". Digo até que desde pequena, parecia dominar o assunto, quando ele era pauta nas conversas das garotas, mas claro, dentro dos limites da idade. Esse domínio próprio, essa articulação não se deve à criação, mas sim, à essência. Cresci num lar onde 'falar de sexo' era sinônimo de 'quer ir para o inferno?'. Minha mãe tentava de toda forma, mostrar que sexo e religião não andavam de mãos dadas...
  Ela não personificava o ato como o próprio satã, MAS não deixava de potencializar que qualquer tentativa antes do casamento de consumar me colocaria na primeira fila do ônibus da morte espiritual. Beijar na boca, ter um namorado antes dos 18 anos ou algo assim, parecia ser coisa dos livros - ou das amigas.
  E o que esperar de uma criança moldada numa casa assim?
  Por mais que toda a minha essência e individualidade apontassem para o "progresso", do outro lado eu ouvia uma cantiga a deturpar aquela imagem saudável que eu tinha do sexo. Por mais que eu lesse ou entendesse que aquilo era comum e benéfico para as pessoas que se amam, minha mãe mantinha uma relação de 'amiga' com meu pai e me qualificava a ser uma potencial vagínica ao crescer, só que, naquele tempo, eu sequer sonhava que viveria tudo isso.
  Hoje, aos vinte e poucos anos - não tenho problema com idade, só prefiro sublimar-, analiso minha criação e como ela reflete em meus relacionamentos. Sou ainda virgem, não por opção minha, mas pela dor que me submeto a cada tentativa de perder essa barreira entre mim e a vida sexual. Não consigo imaginar uma relação sexual sem associar a ela, a dor do intercurso.
  E assim segue a vida, sem que nada mude de lugar até que a gente resolva modificar. Tudo precisa de um começo, e talvez, eu precise somente de um fim.
 

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Vagínora

     
     De todos os castigos comuns e improváveis cabíveis e exequíveis às mulheres, nenhum é tão voraz quanto o fato de proibí-la de realizar a mais primitiva das atividades desde que mundo é mundo: fazer sexo.
      Não me refiro ao fato de usar o cinto da castidade ou ser posta num castelo quinhentista, cercado por dragões alados - hoje em dia mais conhecidos como Dragões Fruta -. Quando penso em castigo, penso em vaginismo.
     "Vagi, o que, colega?"
     VA-GI-NIS-MO [ Ou mais conhecido como morrenasiririquismo]
    Nada mais é do que a contração involuntária dos músculos próximos à vagina que impedem a penetração pelo pênis, dedo, ou espéculo ginecológico ou mesmo um tampão. Geralmente acomete mulheres com um nível intelectual alto, de boa situação econômica, com jeito de ser do tipo controlador e com dificuldades de intimidade. Afora isso, atinge mulheres criadas em lares rigorosos, onde "sexo" é a mesma coisa que "passagem carimbada para o inferno" ou quando foram abusadas sexualmente. A mulher não consegue controlar o movimento de contração, apesar de até querer o ato sexual. Há intenso sofrimento para quem sofre com isso.  Traduzindo para aqueles que ainda não entenderam, é mais ou menos o seguinte...
   "Perdeu Playboy!"
    Não adianta nadar em pétalas de rosas, champagne, morango, leite condensado, 3kg de K.Y, Camões ou CD de Zezé di Camargo - pro caso das virgens bregas. O vaginismo, ou vag, impede que a mais relaxada das vagínicas consiga ter relações sexuais, posto que há dor intensa.
    Nesse caso, mulheres que sofrem com o Vaginismo têm que se submeter à tratamentos de ordem psíquica e física para enfim, conseguir superar seu problema.
    
    No meu caso, a minha vagínora [ facínora + vagina + dor + pqp tira esse c%$#@%& daqui!! ] trava, e eu literalmente consigo senti-la a expulsar qualquer coisa que tente se aproximar da região supra estimada.
    É bastante complicado, vexatório e às vezes colega, é deprimente! Nada é mais frustrante para uma mulher do que achar que só ela não consegue fazer aquilo que qualquer uma outra consegue facilmente, por não ter tido uma criação rigorosa, traumas anteriores ou seja lá qual motivo. A vagínica chega a pensar que nunca irá conseguir realizar a mais prazerosa e simples demonstração de amor: o sexo!
    Convido você[s] - ou ninguém- a entender mais um pouquinho do complicado mundo feminino. Seja bem vindo à ostra, mais conhecida como "a vagina de uma vagínica..."