quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Capítulo dois - Como acabar com a auto-estima em 3 passos!


     De todos os dias da semana, o sábado sempre foi o meu predileto. Não pela programação da TV ou pelo descanso depois de cinco longos dias de faculdade ou trabalho.
     Amo o sábado porque é o dia da semana onde não preciso vestir nenhuma roupa.
     Sim! Posso ficar em casa, com aquela blusa da eleição do Lula de 94 contra o demagogo do FHC, sem a menor preocupação de não estar parecendo um butijão de gás. Não preciso passar prancha no cabelo, nem esconder no rosto, as marcas de uma cidade quente, castigada pelo sol. Não preciso me equilibrar em cima de nenhum dos meus 42 pares de andaimes sapatos - sim, eu sei que sou uma fútil.
     Não preciso lidar com o fato de que estou em cima do peso, pois minha mãe não liga se estou parecendo a mistura de Susan Boyle com Adele. Meus cachorros, aqui chamados de Ozzy e Sharon, também não se importam de dividir o teto com uma jubarte frustrada: em casa, estou livre!
   Na rua, não consigo lidar com nenhum olhar em direção a mim. Morro de medo de ser usado como referência, padrão ou qualquer coisa desse tipo...

   "Onde fica a farmácia?"
    Não me acostumo com o fato de estar balofa! Mudar isso não é lá muito dificil mas a considerar que todos os traumas e nóias moram em mim ou passam uma estada quando estão de férias, acredito que emagrecer não seja a coisa mais periciosa a executar.
   Quando estou com meu namorado - que diga-se de passagem, é um gatinho!- me sinto a mais feliz das garotas - mesmo portadora da SPMR, síndrome pós mãe religiosa -. Ele não liga muito para o fato de eu estar parecendo a Oprah, e também me ajuda a lidar com meus problemas mais intrínsecos, como o vag. O que é mais complicado, creio eu, e que potencializa todo o processo de 'não-cura' do vaginismo, é o fato de não me aceitar nem resolver a situação. Resumindo, estou gorda, sei que estou e que é um problema completamente "resolvível", a considerar que tenho pouca idade cof cof e pré-disposição ao emagrecimento, algo como genético!
   Dai, você pode estar se perguntando: como o fato dela estar usando 46  - tá bom, 48-  dificulta a 'cura' do vag?
  É simples: todo o processo de cura resume-se ao fator "reconhecimento". A garota precisa, acima de tudo, reconhecer qual o motivo do bloqueio, o que a impede de conseguir ir em frente no ato sexual. Quando localizamos o problema, com certeza, a solução surge de maneira mais simples, como quando identificamos o X das equações de ensino médio.
  Admitir que temos um problema é acima de tudo, reconhecer que estamos impotentes mediante alguma situação. Com o vaginismo, não é diferente, mesmo sendo um problema considerado 'bobo' pela maioria das pessoas que desconhecem de fato. A causa para o vaginismo, em alguns casos, tipo o meu, é a mesma dos casos onde pessoas desencadearam vícios, problemas mentais e depressivos. Cada um tende a externar de uma forma.
  Sendo assim, preciso primeiramente, antes de continuar a saga em busca da minha primeira penetração, resolver esse probleminha comigo mesma. Estar acima do peso tem que ser, 'acima de tudo', uma questão de saúde, e não meramente estética. Saber que tenho que perder peso para não ter complicações cardíacas é mais importante do que não conseguir me imaginar usando a cinta liga da Gisele Budchen, ou quem sabe, da Adele, nos tempos onde ela não era soprano...
  

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